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Mostrando postagens de julho, 2024

Há tempo para tudo

  Somos, por natureza, ansiosos e inquietos. Gostamos que as coisas aconteçam rapidamente e dentro do nosso tempo. A virtude de esperar, com o passar dos anos, tem diminuído nas novas gerações. Queremos que tudo funcione com um simples clique. Ao ligar o computador, o usuário espera que as respostas da máquina sejam rápidas e eficientes. Ao conectar-se à internet, os dados devem ser enviados num piscar de olhos. Quando vamos ao caixa eletrônico, esperamos que o dinheiro ou o comprovante de saldo saiam na mesma velocidade com que digitamos os dados. E quando as coisas não saem como o programado? Prepare-se, pois este pode ser um dia de fúria! Fomos criados para receber respostas online e de forma instantânea. Isso significa que nada nem ninguém pode interferir nesse processo, pois causariam danos irreparáveis à nossa convivência com o próximo. Entretanto, há momentos em que Deus pega o nosso tempo “chronos” e nos ensina a transformá-lo no tempo “kairós”. Nosso relógio está sintonizado

A parábola do semeador

  A parábola do semeador, proferida por Jesus para uma multidão que estava aos seus pés, traz lições poderosas sobre o semeador, a semente e a terra. A primeira lição é que o semeador saiu a semear, indicando que ele não demonstrou a mesma insubordinação que o profeta Jonas, que se recusou a semear onde deveria, apesar de ter saído sem direção e propósito. A segunda lição está relacionada ao fato de que a semente era boa, conforme evidenciado pelo seu fruto de cem, sessenta e trinta. Portanto, a semente que o semeador lançava não possuía imperfeições ou infertilidades. Por fim, a lição sobre a terra. Aqui é necessário distinguir diferentes tipos de solo, mas vou me deter apenas no solo pedregoso. Quando a semente cai nesse tipo de solo, poderia secar e morrer imediatamente. No entanto, desafiando a lógica da natureza, a semente brotou rapidamente. A questão é: por que a semente brotou tão rapidamente? A resposta é simples: por ser raso e sem profundidade, assim que a semente começo

Onde está Deus enquanto o ímpio prospera?

  Invariavelmente nos questionamos: onde está Deus enquanto os ímpios prosperam? O próprio salmista Asafe se deparou com esse dilema. Ao analisar toda a trajetória dos homens ímpios e como eles se davam bem na vida, ele admitiu que: "[...] os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios" (Salmos 73:2,3). Sistematicamente somos impulsionados pelas redes sociais e outros meios de comunicação a pensar que compensa esquecer-se de Deus e viver a vida como bem desejamos. Os exemplos são abundantes. Na mente do homem pós-moderno, o que vale é alcançar seus objetivos, custe o que custar, mesmo que isso coloque em xeque sua integridade espiritual. O que nos rodeia o tempo todo é a ideia de que os maus frequentemente conseguem as coisas mais facilmente, "se dão melhor na vida". Quantos trapaceiros estão ricos? Quantos perversos, que roubam os pobres, desfrutam do

Você voltará a rir e dar gritos de alegria

  "Ele fará você rir de novo e dar gritos de alegria" (Jó 8:21)   A vida é um constante ir e vir. Às vezes, estamos na crista da onda; outras vezes, lutamos para subir à tona e respirar novamente. Não há perenidade nos eventos que moldam nossa existência. E é aí que reside a beleza da vida. Ela não é linear; se fosse, seria perpetuamente monótona. Por isso, a divisão do tempo em horas, dias, meses e anos nos permite olhar sempre com esperança. A expectativa está sempre à frente. Essa mudança temporal se caracteriza, principalmente, pela possibilidade de recomeço. Não sem motivo, mesmo depois de enfrentar provações terríveis, Jó ainda mantinha viva em sua mente a possibilidade de voltar a rir e dar gritos de alegria. Obviamente, somente quem consegue superar os obstáculos pode experimentar essa alegria, mesmo que tenha sofrido perdas no caminho, sabendo que é possível se curar. A verdadeira fonte de alegria e renovação para Jó não estava na restituição de sua riqueza

A soberania de Deus!

  Desde criança, somos fascinados pelos super-heróis. Gostamos dos homens simples e fracos que se transformam em verdadeiros guerreiros, capazes de vencer qualquer batalha e enfrentar qualquer inimigo. Isso nos atrai porque, no fundo, alimentamos a esperança de que é possível superar qualquer dificuldade sem depender de nada nem ninguém. Gostamos da ideia de sermos invencíveis. Nossa astúcia e inteligência nos levam a concluir que não somos apenas homens, mas super-homens. Davi era um desses guerreiros, acostumado a conquistar nações, subjugar reis e expandir consideravelmente o domínio do povo de Israel. Era um homem habituado a grandes batalhas e vitórias espetaculares ao longo de sua carreira militar. Até hoje, ouvimos falar dos grandes feitos do rei Davi. Resumindo, se vivesse em nossos dias, certamente ele estaria viralizando na internet e seria reconhecido como um dos grandes estadistas de nosso tempo. Mas o que me intriga é a declaração que este rei reconhecido e temido por

Saia da caverna

  A vida é marcada por altos e baixos, tornando impossível manter-se sempre na "crista das ondas". Em certos momentos, podemos nos sentir deprimidos, sem expectativas e desesperançosos. O caminho que antes parecia suave e desimpedido pode se transformar em um terreno árido, cheio de encostas íngremes. Um exemplo notável disso é encontrado na história do profeta Elias. Ele alcançou o auge de seu ministério, sendo amplamente conhecido e respeitado em toda a nação de Israel. No entanto, quando o rei Acabe e sua esposa Jezabel iniciaram uma perseguição implacável contra ele, Elias mergulhou em uma espiral descendente, sentindo-se o mais insignificante dos habitantes da terra. Em resposta, Elias tomou a decisão de se retirar para o deserto e caminhar incessantemente por quarenta dias e quarenta noites. Essa escolha revela muito sobre seu estado emocional naquele momento. Para muitos, o deserto seria o último lugar para buscar refúgio em um período de tamanha angústia e tristez

Se te mostrares fraco

  O nosso posicionamento diante das situações mais desafiadoras da vida revela quem somos e em quem verdadeiramente confiamos. Não é fácil manter-se seguro e em paz durante dias de angústia. A angústia traz consigo caos, desassossego, calamidade, choro e desespero. Como, então, manter-se tranquilo diante de tudo isso? Certa vez, quando Davi viu o exército de Israel escondido em cavernas e dominado pela angústia, ele dirigiu-se ao rei Saul e disse: — Estou pronto para a batalha, meu senhor. Então o rei Saul fixou seu olhar no jovem Davi, que não apresentava a estrutura física de um guerreiro, e falou: — Meu filho, você ainda é muito jovem e inexperiente. O guerreiro que está gritando do outro lado do vale é forte e está acostumado com grandes batalhas. — Meu senhor, não posso permitir que o povo de Deus seja humilhado. — Quais são então as suas credenciais para esta batalha, Davi? — perguntou Saul. — Quando eu pastoreava as ovelhas de meu pai, um leão e um urso vieram ao m

Aqui, estou!

  Passados quase vinte e cinco anos de espera, parecia que a promessa não se cumpriria. O filho aguardado pelo patriarca Abraão era um futuro distante. A única certeza que Abraão tinha em sua vida nômade se resumia ao fato de que Deus faria dele uma grande nação. A questão fundamental era: como construir uma grande nação sem ter filhos? A cada ano que passava, o cumprimento da promessa de Deus parecia mais distante. Sara, esposa de Abraão, já estava idosa, e como diz o texto bíblico, já havia passado da idade de conceber. Abraão também estava avançado em idade. Ainda bem que para Deus nada disso era um empecilho para cumprir sua palavra... Sara ficou grávida e deu à luz a Isaque. Que experiência maravilhosa poder viver aquilo que Deus prometeu para cada um de nós. Entretanto, um belo dia, esse mesmo Deus chamou seu servo e disse: “Sacrifique seu filho, seu único filho”. Imagino que o mundo de Abraão desmoronou naquele instante. O fruto da promessa seria sacrificado. Como Deus far

Vale da mudança

  Jacó passou anos fugindo da ira de seu irmão Esaú. Durante esse tempo, encontrou os parentes de sua mãe, formou uma família e prosperou financeiramente. No entanto, a necessidade de confrontar seu passado o assombrava, pesando em sua alma com tristeza e solidão, como um verdadeiro exilado. Após decidir retornar às suas origens, Jacó chegou ao Vau de Jaboque. Naquele momento, ele compreendeu que aquele não era um lugar de passagem comum. Era a oportunidade para se libertar do peso que carregava nos ombros. Com coragem e firmeza, ordenou que sua família e seus pertences atravessassem para a outra margem do rio, enquanto ele se confrontava consigo mesmo e com o Deus de seus pais. Quando enfrentamos nosso próprio Vau de Jaboque, não temos outra escolha senão abandonar nossa antiga bagagem, os hábitos adquiridos em terras estrangeiras e o peso de nossos erros passados. Sobretudo, não podemos enfrentar a transformação radical sem uma confiança absoluta em Deus. Se chegamos até aqui,

Põe-te no caminho!

  “ Põe-te no caminho [...]” ( Jeremias 48:19 )   A vida nos apresenta muitos caminhos, muitas opções e várias saídas. Frequentemente nos encontramos em encruzilhadas, entroncamentos, cruzamentos ou em tantas bifurcações que não conseguimos decidir instantaneamente para onde seguir. Quando há muitas direções a considerar, é crucial fazer uma escolha cuidadosa. Alguns caminhos têm a peculiaridade de não permitir muitas idas e vindas. Ao percorrer grandes distâncias, é essencial evitar gastar toda a energia simplesmente andando sem direção definida. O caminhante precisa pelo menos ter uma direção em mente. Todos os dias somos desafiados a tomar decisões que envolvem muitas opções. Saber para onde estamos indo facilita o percurso que precisamos seguir. Por onde você tem andado? Tem se sentido realizado em suas caminhadas ou apenas se cansado com o vai e vem da vida? É interessante lembrar da recomendação do profeta Jeremias para que o povo se colocasse no caminho. A primeira ques