Vale da mudança

 

Jacó passou anos fugindo da ira de seu irmão Esaú. Durante esse tempo, encontrou os parentes de sua mãe, formou uma família e prosperou financeiramente. No entanto, a necessidade de confrontar seu passado o assombrava, pesando em sua alma com tristeza e solidão, como um verdadeiro exilado.

Após decidir retornar às suas origens, Jacó chegou ao Vau de Jaboque. Naquele momento, ele compreendeu que aquele não era um lugar de passagem comum. Era a oportunidade para se libertar do peso que carregava nos ombros. Com coragem e firmeza, ordenou que sua família e seus pertences atravessassem para a outra margem do rio, enquanto ele se confrontava consigo mesmo e com o Deus de seus pais.

Quando enfrentamos nosso próprio Vau de Jaboque, não temos outra escolha senão abandonar nossa antiga bagagem, os hábitos adquiridos em terras estrangeiras e o peso de nossos erros passados. Sobretudo, não podemos enfrentar a transformação radical sem uma confiança absoluta em Deus.

Se chegamos até aqui, não há razão para retroceder. A terra estrangeira sempre será desoladora e sombria, enquanto a casa do pai e o aconchego da família representam paz e segurança.

 

Jacó, porém, ficou só [...]” (Gênesis 32:24)

 

Texto: Marcos A. L. Pereira

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