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Mostrando postagens de março, 2025

Ainda que ande pelo vale!

  Vivemos em um tempo que as dores e o sofrimento, parecem que estão em seu grau máximo. Não é difícil encontrar situações ou relatos de pessoas vivendo situações extremas que, muitas vezes, colocam em xeque a sua capacidade humana de suportar. São vales que se abrem e se propagam de forma exponencial a cada dia da nossa existência. É possível ver, e escutar choro e lamentação em cada esquina por onde passamos. O vale se estende e se propaga com uma rapidez absurda. O cenário é de sucessíveis vales que se materializam no nosso cotidiano. Para muitos, o vale se evidencia por crises de ansiedade e depressão. Para outros, é a enfermidade de uma doença incurável que alcançou alguém muito querido. E tem aqueles, que a exemplo do profeta Ezequiel, se encontram em um vale cheio de ossos sequíssimos. Nesse caso, as possibilidades humanas já foram completamente esgotadas. E quando interrogado pelo Senhor se a realidade daquele vale poderia mudar, Ezequiel só teve uma reação “Senhor Deus, ...

O que é a vida?

  Não raras vezes, paramos e nos perguntamos “o que é a vida?”. A resposta para essa pergunta nunca foi fácil e muito menos definitiva. Particularmente, me parece mais apropriada a resposta dada pelo profeta Isaías sobre a vida, ao declarar que “Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do Senhor” (Isaías 40:6-7). Nesse sentido, as palavras de Isaías estão impregnadas por aquilo se resume a nossa vida. Ele afirma que a nossa carne é como a erva e sua beleza como a flor do campo. E o que acontece com a erva com todo seu esplendor sintetizado em suas flores? A erva seca-se, a flor cai e já não existe mais. Em outras palavras, a nossa vida está circunscrita apenas, e tão somente, pelo sopro do Espírito do Senhor. Somos levados a pensar sobre a duração da vida, quando nos deparamos com a notícia da partida de alguém que estava em suas plenas capacidades físicas e mentais, mas que de um momento para o outro p...

Caminhante Errante

  Um dia desses, estava em um local que me dava uma visão panorâmica da cidade onde moro, principalmente do centro da cidade. Observei os prédios imponentes, o reflexo do sol em suas fachadas, e fiquei imaginando de longe as centenas de pessoas andando cada uma com uma tarefa a ser realizada. Pensei durante algum tempo “o que se passa na cabeça destas pessoas? Quais os seus planos, seus desejos e desafios?”. Mas, ao mesmo tempo, também vislumbrei as outras centenas de pessoas na mesma multidão de caminhantes, andando sem rumo e sem direção. Essa multidão é representada pelos moradores de rua, os viciados que se comportam como se fossem zumbis, tomadas pela sensação de quase mortos, porém experimentando uma sobrevivência que não faz nenhum sentido. E apesar de olhar para uma cidade considerada próspera financeiramente, fiquei me questionando; “quem é esta multidão sob o olhar de Jesus?”. E levando em consideração as mazelas que estão expostas em cada beco de rua, e em cada avenida...

Evangelho miojo de micro-ondas

  Vivemos a época da rapidez, da fluidez, do click em um botão e as coisas acontecem. Isso nos levou a uma geração de pessoas ansiosas, apressadas e sedentas por respostas ágeis, rápidas e diretas. Não temos tempo para perder indo de um lugar para o outro, ouvindo pessoas nos dizendo o que fazer, como fazer. Precisamos de praticidade. Não raras vezes, dizemos claramente “me mostre como se faz”, “como alcanço este resultado”. Infelizmente, a nossa vida espiritual também foi assolada por este mecanismo que aqui estou denominando de “evangelho miojo e de micro-ondas”. Miojo porque queremos um evangelho que seja instantâneo em seus resultados práticos. Ou seja, queremos o caminho das pedras sem muito esforço. E, é isso que tem ensinado os “coach” e "influencer" evangélicos. Sensibilizam às pessoas por meio de um evangelho que apresenta resultados pessoais instantâneos. Ensinam apenas que Deus é um pai muito amoroso, e, que, portanto, quer nos enriquecer. E o que esses sensibi...

Tu me amas?

  No Evangelho de João 21:15-17, encontramos um diálogo entre Jesus e Pedro. É interessante registrar que esse bate papo, aconteceu após a ressureição de Jesus. Assim, Pedro já havia negado o mestre por três vezes antes que o gale cantasse. Ou seja, o lado emocional e espiritual deste apóstolo ainda estava bastante estremecido. Ele não tinha apenas abandonado Jesus em seu pior momento, mas negado a sua própria fé. Ao encontrar com Pedro, Jesus não tratou de acusá-lo ou humilhá-lo por ter traído, porém precisava ter certeza de que o velho Pedro dos dias passados, tinha mudado completamente. E a prova mais radical que existe para saber o comprometimento de uma pessoa com a sua mensagem, filosofia de vida e propósitos, é o amor que se caracteriza pela entrega total. Não sem motivos, que o diálogo que se desenvolve no texto em destaque, é caracterizado por uma pergunta que se repete por três vezes, e que em sua essência é carregada por um significado que vai além do que está sendo di...

É impossível, mas Deus pode!

  A impossibilidade se caracteriza, sobretudo, pela chegada a um ponto que não conseguimos atravessar. É quando chegamos a um limite, que simplesmente precisamos dar meia volta, continuar parado esperando o que vai acontecer, ou estabelecer uma aliança com quem é especialista em impossibilidades. A bíblia está repleta de exemplos e personagens que viveram para além da margem do impossível em várias situações e ocasiões. E um desses exemplos que me chama a atenção é do velho patriarca Abraão. Ele já com cem anos de idade, e a sua mulher Sara com noventa anos, foram visitados e confirmada a promessa de cerca de vinte cinco anos atrás de que ainda seriam pais. Esse fato, não só era improvável, mas impossível. Quando eram jovens, Deus os havia prometido uma família numerosa, nações surgiriam a partir de sua descendência. Até aí tudo bem... Mas aparecer depois de tanto tempo e dizer que a promessa se cumpriria na vida de dois velhos, já era demais. Para Abraão e Sara, não havia mais...

O tempo...

  Não sei se você já teve a sensação de que o tempo está passando mais depressa. Parece que as vinte e quatro horas foram comprimidas ou reduzidas a uma outra métrica diferente daquela que estávamos acostumados. Invariavelmente, ouvimos às pessoas comentarem que a semana, o mês ou ano passaram sem que ninguém percebesse. Literalmente o tempo está escorregando pelas nossas mãos. Entretanto, por incrível que pareça, essa impressão não é nova. O tempo sempre esteve em análise como marcador da própria existência humana. E olhando os acontecimentos ao seu redor, o apóstolo Paulo chegou a uma conclusão que lança luz sobre a exiguidade e a otimização do tempo... “Remindo o tempo; porquanto os dias são maus” (Efésios 5:16). E a questão fundamental proposta pelo apóstolo, é justamente sobre a relação entre o tempo e os dias maus que vivemos. É preciso encarar o tempo não apenas como uma passagem cronológica dos dias, mas como oportunidades e desafios que vêm em seu bojo. Encarar o tempo...

Como os que sonham.

  “ Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham” ( Salmos 126:1 ). O cativeiro era um período de profunda tristeza e solidão. Primeiro porque ele significava a ruptura da cultura, das crenças e das ligações pessoais com todos os entes queridos. Segundo, ao se tornar cativo se perdia a própria identidade, pois ao ser tirado de sua terra o cativo perdia as suas raízes. E em terceiro lugar, ele perdia a sua condição humana... Se tornava um escravo. Ao ler o trecho acima, a primeira impressão é a de que essa descrição estava circunscrita aos tempos antigos. Mas, infelizmente, nos tempos modernos em que vivemos, milhares e milhares de pessoas em vários países e nações ao redor do mundo, estão vivendo a realidade do cativeiro neste exato momento que escrevo e que você lê este texto. São pessoas perdendo as suas casas, famílias, empregos... Perdendo a sua própria condição humana. O caso da Ucrânia que tomou conta dos noticiários nos últi...