Ainda que ande pelo vale!
Vivemos em
um tempo que as dores e o sofrimento, parecem que estão em seu grau máximo. Não
é difícil encontrar situações ou relatos de pessoas vivendo situações extremas
que, muitas vezes, colocam em xeque a sua capacidade humana de suportar. São
vales que se abrem e se propagam de forma exponencial a cada dia da nossa
existência. É possível ver, e escutar choro e lamentação em cada esquina por
onde passamos. O vale se estende e se propaga com uma rapidez absurda.
O cenário é
de sucessíveis vales que se materializam no nosso cotidiano. Para muitos, o
vale se evidencia por crises de ansiedade e depressão. Para outros, é a
enfermidade de uma doença incurável que alcançou alguém muito querido. E tem
aqueles, que a exemplo do profeta Ezequiel, se encontram em um vale cheio de
ossos sequíssimos. Nesse caso, as possibilidades humanas já foram completamente
esgotadas. E quando interrogado pelo Senhor se a realidade daquele vale poderia
mudar, Ezequiel só teve uma reação “Senhor Deus, tu o sabes” (Ezequiel 37:3).
Entretanto,
o vale que gostaria de fazer menção, é o vale hipotético vivido pelo salmista
Davi em um dos Salmos mais bonitos e recitados em todo mundo, o Salmos 23. No
versículo 4, Davi faz uma conjectura de chegar num vale extremo. E, a esse
vale, ele chamou de “vale da sombra da morte”. Porém, é importante perceber
qual seria a reação do salmista diante de um vale tomado pela morte, e,
portanto, pelo sopro final da vida.
Davi
assegura com toda confiança “Eu não temeria mal algum”, não porque ele fosse o
famoso e reconhecido conquistador rei de Israel, mas “Porque tu estás comigo”.
Em outros termos, o que importa não é o vale que estejamos passando, mas quem
está no vale conosco. As circunstâncias mudam à medida que somos acompanhados e
acolhidos pelo amor de Deus. O nosso vale pode cheirar morte, destruição ou ruína
total, se Deus estiver ao nosso lado “A sua vara e o seu cajado nos consolam”.
E, nesse caso, vara e cajado nos falam sobre orientação e direcionamento. Era
uma ferramenta usada pelos pastores, para conduzir o rebanho e mostrar-lhe o
caminho.
Apesar de
andarmos pelo vale, é possível ter segurança e consolo, pois há um Deus que tem
o controle sobre todas as coisas, inclusive sobre o improvável.
Texto:
Marcos A L Pereira
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