Caminhante Errante
Um dia
desses, estava em um local que me dava uma visão panorâmica da cidade onde
moro, principalmente do centro da cidade. Observei os prédios imponentes, o
reflexo do sol em suas fachadas, e fiquei imaginando de longe as centenas de
pessoas andando cada uma com uma tarefa a ser realizada. Pensei durante algum
tempo “o que se passa na cabeça destas pessoas? Quais os seus planos, seus
desejos e desafios?”. Mas, ao mesmo tempo, também vislumbrei as outras centenas
de pessoas na mesma multidão de caminhantes, andando sem rumo e sem direção.
Essa
multidão é representada pelos moradores de rua, os viciados que se comportam
como se fossem zumbis, tomadas pela sensação de quase mortos, porém
experimentando uma sobrevivência que não faz nenhum sentido. E apesar de olhar
para uma cidade considerada próspera financeiramente, fiquei me questionando;
“quem é esta multidão sob o olhar de Jesus?”. E levando em consideração as
mazelas que estão expostas em cada beco de rua, e em cada avenida, só pude,
indubitavelmente, enxergar da mesma forma que Jesus; “E, vendo as multidões,
teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como
ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9:36).
A mim, parece,
que não há alternativa sobre a condição da multidão que vemos todos os dias,
senão a que o próprio Jesus percebeu em sua caminhada. É grande o número de
pessoas que estão cansadas de suas próprias vidas, de sua rotina sem sentido, e
que procuram, de alguma forma, encontrar forças para continuar lutando. O
evangelista Mateus capturou o sentimento de Jesus em relação a estes caminhantes,
expressando que Ele sentiu grande compaixão.
Passados
mais de dois mil anos desde a passagem de Jesus aqui pela terra, a condição
humana permanece inalterada. Apesar dos grandes conglomerados de prédios, de
condomínios de luxo e da evolução sem precedentes em vários setores da
sociedade, o ser humano continua vagando, porque lhes falta uma direção que
seja plenamente confiável e que complete totalmente o seu ser. Jesus continua
olhando para a nossa geração com grande compaixão... Milhares de pessoas
continuam a vagar como ovelhas sem pastor. Em síntese, verdadeiros caminhantes
errantes.
Texto:
Marcos A L Pereira
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