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Mostrando postagens de abril, 2025

Navegando em águas turbulentas

  É evidente que encarar qualquer tipo de tempestade não é uma tarefa fácil, e muito menos prazerosa. A tempestade traz consigo o caos, a destruição e, invariavelmente, tiram as coisas do lugar. É um momento de incômodo não só para o corpo, mas principalmente para a alma. Jonas, o fugitivo de Deus se encontrava em um navio no meio do mar indo para bem longe. Longe de Deus, de sua missão e de sua identidade. Na verdade, a tempestade já havia iniciado no coração do profeta quando ele decidiu tomar o navio para Társis ao invés de Nínive. Mesmo com toda a agitação dentro da sua alma, Jonas decidiu se esconder de tudo e de todos e se alojar no porão do navio. Esconder-se parecia ser a tarefa mais apropriada. Há sempre a expectativa de que outros lugares, por mais escuros que sejam, nos afague de alguma maneira e nos acolha nos momentos dos vendavais. Somos humanos e em muitas circunstâncias preferimos o porão, mesmo que ele não seja o lugar mais adequado. Mas, é importante entende...

Matando o urso e o leão de cada dia

  O nosso posicionamento diante das situações mais desafiadoras das nossas vidas, demonstra quem somos e em quem realmente confiamos. Não é fácil mostrar-se totalmente seguro e em paz no dia da angústia. A angústia traz consigo o caos, o desassossego, a calamidade, o choro e o desespero. Como manter-se tranquilo diante de tudo isso? Certa vez, quando Davi viu o exército de Israel escondido em cavernas e tomado pela angústia, ele se dirigiu para o rei Saul e disse: — Eu me prontifico para a batalha, meu senhor. Então o rei Saul fixou o seu olhar no jovem Davi, que não apresentava nenhuma estrutura de guerreiro, e falou: — Meu filho, você ainda é muito jovem e inexperiente. O guerreiro que está gritando do outro lado do vale é forte e acostumado a grandes batalhas. — Meu senhor, não posso deixar o povo de Deus ser humilhado – se posicionou Davi. — Quais são então as suas credenciais para esta batalha, Davi? — Perguntou Saul. — Quando eu apascentava as ovelhas do meu pai...

Cristo, a nossa Páscoa!

  O momento da crucificação tinha sido brutal, decepcionante e traumatizante para um grande número dos seguidores de Jesus. Apesar de ter antecipado como seria a sua morte, muitos dos que estavam com Ele não conseguiram entender o que aquilo significava. Assim, este momento trouxe tristeza e angústia diante de um futuro incerto, já que o grande líder que trazia uma nova mensagem de esperança, estava morto e encarcerado em um sepulcro. Para muitos, Jesus revelou no momento de sua morte a fraqueza que atinge todos os homens. Asim, diante dos discípulos de Jesus estava o desafio de crer em suas palavras ou seguir a lógica humana dos acontecimentos. Pelo menos dois fatos relatados pelos evangelhos, revelam uma certa ambiguidade nas atitudes de alguns seguidores. No evangelho de Lucas 24, Maria e algumas mulheres foram ao sepulcro levando especiarias para ungir o Jesus morto, ou seja, elas esperavam já no terceiro dia encontrar o corpo de Jesus intacto. Enquanto isso, dois discípulos ...

Quando a ansiedade domina a alma

  O que causa grandes ansiedades em sua vida? Para alguns é uma notícia que não chega; um resultado de exame que só sai na semana seguinte ou a simples expectativa de encarar algo novo. Enfim, geralmente se trata de alguma coisa ou alguém que mexe com a nossa rotina, que nos faz sair do nosso equilíbrio, que nos desafia a lançarmos no desconhecido e encarar o que virá pela frente. Outro fator importante na disseminação da ansiedade, é justamente a forma como as notícias são propagadas, a ênfase que a mídia e as redes sociais dão para os acontecimentos. Ansiedade por mais notícias, pela cura das doenças, pelos desdobramentos futuros que serão necessários para combater os inimigos invisíveis. Então, quando menos se espera a ansiedade já dominou o nosso íntimo. E o grande problema em permitir que a ansiedade nos domine, está relacionado com o fato de que ela funciona como freio para a fé. Ela tira toda paz do nosso interior, instala o caos em nosso espírito, e, por conseguinte, de...

Ainda que tudo falhe!

  O que mais nos caracteriza é o agora. Somos a geração do já. Pensar naquilo que pode nos faltar daqui alguns anos, é perda de tempo, assim pensa a maioria das pessoas. É preciso celebrar o agora, desfrutar o que está diante de nós, sentar-se à mesa e se servir de todos os manjares sem se preocupar com nada. O pensamento que domina é o de ter, possuir, esbanjar. Somos uma geração que não é acostumada a passar necessidades. Quando desejamos algo, queremos nos satisfazer, custe o que custar. Portanto, falar sobre escassez é coisa dos fracos. Os fortes vão à luta e conseguem tudo que querem. O mantra que domina o nosso tempo, nos encaminha para senhores absolutos dos acontecimentos. Porém, a realidade bate a nossa porta quando menos esperamos. E muitas vezes, somos confrontados com a notícia de perdas e escassez, pois não conseguimos controlar todos os eventos. O profeta Habacuque no capítulo 3:17-18, olhando para os sinais do tempo em que ele estava vivendo, percebeu que poderia...

Escolhendo o mundo de Maria

  Atire a primeira pedra quem não vive com o tempo e as atenções consumidos por muitos afazeres? Os compromissos exigem cada vez mais de nós, e isso é o que o mundo moderno chama de “flexibilidade”. É necessário resolver uma centena de coisas ao mesmo tempo. As pessoas e o sistema cobram respostas rápidas e eficientes. Ou nos adequamos ao que está posto, ou seremos engolidos pela competição ferrenha. Isso acontece, porque vivemos em uma verdadeira selva. Em outros termos, existe um darwinismo social e cultural que elimina os mais fracos. Entretanto, é possível perceber que desde que a humanidade se encravou neste auspicioso planeta, que essa competição existe. Dentre os vários exemplos que podemos encontrar na Bíblia, me chama a atenção o caso de Maria e a sua irmã Marta. Ao receber a visita ilustre de Jesus, Marta focou em como poderia recepcionar de forma marcante a visita de nada menos do que o seu mestre. Por isso, ela ficou correndo de um lado para o outro fazendo todos os p...

Trazendo à memória aquilo que dar esperança!

  Em tempos de disseminação da cultura do medo e do terror, sobretudo nas redes sociais, é necessário tomar uma atitude extrema; trazer à memória apenas aquilo que nos dar esperança. E a esperança a que me refiro aqui, diz respeito não aquilo que poderá vir acontecer no futuro. Mas, tal como o profeta Jeremias no texto de Lamentações 3:21, faço menção da esperança dos fatos grandiosos do presente e do passado que estão incrustados em nossa mente, que demonstram o poder e a soberania de Deus sobre as nossas vidas. Há sem sombra de dúvidas, uma série de acontecimentos e fatos que geram angústia e desespero. Não é fácil conviver tranquilamente quando tudo ao nosso redor parece que irá ruir de repente. Entretanto, é preciso este esforço de reflexão e de busca dessa esperança, que transcende a realidade dura e caótica que se coloca diante de cada um de nós. Em suma, são em momentos de profunda desesperança, que precisamos nos apoiar naquele que derramou a esperança em nossos coraçõe...