Ainda que tudo falhe!
O que mais
nos caracteriza é o agora. Somos a geração do já. Pensar naquilo que pode nos
faltar daqui alguns anos, é perda de tempo, assim pensa a maioria das pessoas.
É preciso celebrar o agora, desfrutar o que está diante de nós, sentar-se à
mesa e se servir de todos os manjares sem se preocupar com nada. O pensamento
que domina é o de ter, possuir, esbanjar. Somos uma geração que não é
acostumada a passar necessidades. Quando desejamos algo, queremos nos
satisfazer, custe o que custar.
Portanto,
falar sobre escassez é coisa dos fracos. Os fortes vão à luta e conseguem tudo
que querem. O mantra que domina o nosso tempo, nos encaminha para senhores
absolutos dos acontecimentos. Porém, a realidade bate a nossa porta quando
menos esperamos. E muitas vezes, somos confrontados com a notícia de perdas e
escassez, pois não conseguimos controlar todos os eventos.
O profeta
Habacuque no capítulo 3:17-18, olhando para os sinais do tempo em que ele
estava vivendo, percebeu que poderiam chegar ocasiões em que a fartura e os
momentos de celebração, se tornariam escassos. Por isso, ele sentiu a
necessidade de estabelecer um princípio de como se portar em situações de
extrema escassez. E ao enumerar os eventos que poderiam desencadear o caos, o
profeta parte do pressuposto de que a própria natureza seria capaz de falhar, fazendo
com que “a figueira não florescesse, não tivesse fruto na vide, a produção da
oliveira decepcionasse e nos campos a produção fosse interrompida”.
Em síntese,
era possível que uma série de eventos catastróficos mudassem a realidade de
abundância e de celebração, e trouxesse uma época de pouca produtividade. Porque
além da natureza perder o seu vigor, também os animais poderiam desaparecer dos
currais. Mostrando que tudo poderia falhar. E a questão que nos suscita em
momentos de grandes perdas e calamidades é sempre a mesma: “o que vamos fazer
agora?”. Na perspectiva do profeta Habacuque só tinha uma resposta possível...
“Alegrar no Senhor; e exultar no Deus de sua salvação”. Alegria e exultação, eis
o que Deus espera de cada um de nós, ainda que tudo falhe!
Texto:
Marcos A L Pereira
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