O abrigo que ignoramos!

 

O que é considerado um ato de amor? Algumas vezes, escutamos as pessoas comentarem que cada dia está mais difícil encontrar seres humanos que amem o outro sem nenhum interesse; que coloquem, em primeiro lugar, o bem-estar das outras pessoas sem esperar nada em troca. É aquele amor desprovido de segundas intenções, desejos ou expectativas de retribuição. O verdadeiro amor é marcado por completo altruísmo.

Pensando nesse ato de amor, veio-me à mente a galinha com os seus pintinhos. Observe que, durante cerca de 21 dias, ela se dedica a chocar os ovos. Nesse período, praticamente não se alimenta, sai pouco do ninho e faz dos futuros filhotes a sua única preocupação. Nada tira seu foco da eclosão de cada ovo e do despertar da vida de cada pintinho.

Só isso já poderia ser caracterizado como um ato de amor sem medidas realizado por um animal irracional. Porém, não para por aí. Depois do nascimento dos filhotes, o trabalho e a atenção dobram. Jesus usou justamente o exemplo da galinha com os seus pintinhos para comparar o amor de Deus; um amor cercado de cuidados e totalmente desprovido de interesse. Nos evangelhos de Mateus 23:37 e Lucas 13:34, Jesus declara: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!”

Veja que Jesus compara a ação da galinha, que junta os seus pintinhos, à atitude de Deus tentando trazer os homens para debaixo de Seus cuidados, a fim de tratá-los com amor. E quem conhece como a galinha se comporta ao recolher os pintinhos sabe que ela só faz isso à noite ou em momentos de grande perigo, como durante tempestades.

É esse mesmo ato de amor que Deus sempre procurou realizar conosco. Quando a tempestade se aproxima ou os perigos da noite nos cercam, Deus abre Suas asas como lugar de refúgio e fortaleza. Entretanto, a conclusão a que Jesus chega diante dessa entrega sacrificial é a de que toda essa proteção oferecida foi rejeitada: “E tu não quiseste.” Em outras palavras, dizemos para Jesus que não precisamos de seu amor; que nos sentimos bastante crescidinhos e estamos muito bem por conta própria.

Apesar da nossa rejeição aos projetos de amor de Deus, Ele continua nos cercando como a galinha cerca os seus pintinhos. A verdade é que Deus nunca nos perde de vista. Ele sabe que, em algum momento, vamos precisar de Seu socorro e de Sua defesa contra o inimigo. E sabe o que Deus faz? Age de forma semelhante à galinha quando um gavião ou outro predador tenta pegar um pintinho: Ele entra em nossa defesa e afasta o invasor. Simplesmente porque o amor faz parte de seu caráter, e Ele nos ama demais para nos deixar sozinhos.

 

 

Texto: Marcos A L Pereira

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