A ilusão como modo de vida
A verdade é que
parece que vivemos em um ilusionismo constante. Os parâmetros que definem quem
somos, como devemos viver, quais valores devem nos conduzir e, sobretudo, o que
é considerado importante ou indispensável para o reconhecimento de alguém
passam, necessariamente, pelo crivo das curtidas, dos likes, dos
compartilhamentos, do número de seguidores e do status social difundido nas
redes sociais. E, nesse submundo das celebridades, nasce a personalidade
narcisista. São as pessoas que precisam sempre da aprovação do outro para se
sentirem vivas e realizadas.
Para quem acompanha
a vida da sociedade contemporânea pelo glamour da rede internacional de
computadores, a impressão é de que tudo vai muito bem com todos os habitantes
deste espetacular planeta Terra. Os problemas desaparecem, os dramas são
empurrados para debaixo do tapete, os casais vivem verdadeiras histórias de
contos de fadas, as mansões são sempre mais caras do que as dos concorrentes,
os influenciadores são os profissionais mais bem-sucedidos do globo, e as
mulheres são apresentadas como as mais lindas que já viveram sobre a face da
Terra.
O grande problema é
que todo esse modo de vida não passa de uma ilusão aos olhos de quem observa.
Somente quem vive nesse mundo irreal sabe que, na verdade, os sorrisos são
mantidos pelos vícios no álcool e nas drogas, as contas bancárias não têm todo
o dinheiro que se imagina, e os romances não passam de parcerias comerciais.
Essa ilusão tem nos
levado a uma encruzilhada perigosa: até quando conseguiremos viver mantendo
apenas a aparência? Quando teremos coragem de encarar a realidade que nos
espera logo adiante? Essa necessidade de viver de ilusão fez com que o rei Saul
se afundasse ainda mais. Após Deus ter se distanciado dele, Saul ficou
angustiado porque precisava sair para a guerra, mas era costume consultar ao
Senhor para ter certeza se a batalha seria vitoriosa.
Acontece que o
profeta Samuel havia morrido. E agora, onde buscar ajuda? Saul tentou resolver
o problema, mas acabou enganado por uma ilusão em sua própria visão. Ao
consultar uma feiticeira, ela perguntou: “Quem você gostaria de ver?”. Saul
respondeu: “Faze-me subir Samuel”.
Como fazem as redes
sociais em nossos dias, a feiticeira direcionou Saul: “Vejo deuses que sobem da
terra”. Na ânsia de ver Samuel e ouvir sua opinião, Saul perguntou: “Qual é a
sua aparência?”. Então ela deu o direcionamento final: “Vem subindo um homem
idoso, envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o
rosto em terra e se prostrou” (1 Samuel 28:13-14). Sabe qual foi o fim dessa
história? Saul foi para a guerra e morreu.
É preciso ter
cuidado com aquilo que estamos permitindo que direcione nossa visão. O que mais
tem acontecido na atualidade é que muitas pessoas vivem uma vida que não
corresponde à sua realidade. Por fora estão radiantes e são exemplos para
milhares de seguidores, mas por dentro estão consumidas pela ansiedade e pela
depressão.
Portanto, firmemos o
nosso olhar somente naquele que não tem nenhuma sombra de variação... Jesus
Cristo!
Texto:
Marcos A L Pereira
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