Quando a omissão se torna nossa maior batalha
É mais fácil compreender os
tempos de paz do que os tempos de guerra. Por mais violento e truculento que
seja o líder de uma nação, quando ele contempla a extensão da destruição
provocada pela guerra, surge em seu íntimo a convicção de que poderia ter
resolvido o problema de outra maneira. No entanto, existem guerras inevitáveis,
desencadeadas, sobretudo, em nosso subconsciente e no mundo espiritual, pelo
inimigo de nossas almas.
Qual é a relação entre as batalhas
que travamos todos os dias e a nossa saúde física, emocional e espiritual? E,
mais importante ainda, o que acontecerá conosco caso ignoremos essas batalhas?
Há, na Bíblia, o exemplo de alguém muito experiente e considerado um grande
vencedor que, em determinado momento de sua vida, resolveu ignorar a guerra que
se desenrolava bem próximo dele.
Diz o texto em 2 Samuel 11:1: “[...]
Tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem à guerra, enviou Davi a
Joabe, e com ele os seus servos, e a todo o Israel; e eles destruíram os filhos
de Amom, e cercaram a Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém”. Era um tempo
propício para grandes batalhas e guerras memoráveis. O que chama a atenção,
entretanto, é que Davi — o grande líder do povo de Israel — enviou todos os que
eram capazes de lutar, mas ele próprio permaneceu em Jerusalém.
E qual seria o problema em
descansar um pouco das guerras e da fadiga de lutar sempre? Afinal, Davi já
havia enfrentado dezenas de batalhas semelhantes. A questão é que, primeiro,
aquele era o tempo ideal, pois todos os reis saíam para a guerra nessa época do
ano. Segundo, Davi se eximiu de cumprir o seu papel e transferiu sua
responsabilidade, deixando tudo a cargo de seu comandante Joabe.
O pior veio depois. Enquanto
Davi, despreocupado, caminhava pelo terraço do palácio, avistou Bate-Seba
tomando banho e mandou buscá-la. Bastou um simples descuido para que a tragédia
alcançasse sua vida e de sua família. Esse episódio nos ensina que, quando
somos chamados a guerrear, não podemos transferir a nossa responsabilidade a
outros, pois corremos o risco de sermos tragados por consequências muito
piores.
Em síntese, é preciso enfrentar
as batalhas para as quais fomos designados. Elas são nossas e surgem
exclusivamente no tempo que Deus determina como apropriado. Ele conhece a nossa
estrutura e, por isso, sabe que somos capazes de romper as fileiras do inimigo
sem desviar o caminho. Fugir da luta pode resultar em tragédias físicas,
emocionais e espirituais.
Texto: Marcos A L Pereira
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