O Peso e a Leveza do Tempo!

 

Que tipo de tempo você está vivendo em sua vida? Quais as emoções e sentimentos que têm tomado conta do seu coração e preenchido todos os seus pensamentos? Em que tipo de espaço no tempo você tem se posicionado, ou permitido que os outros o posicionem? Qual a real dimensão da sua existência frente aos desafios apresentados cotidianamente para você? E melhor ainda, como você tem reagido diante do turbilhão de interrogações, propostas, sonhos, projetos, problemas, canseiras, desesperos e angústias? Há um tempo que precisamos viver e passar por ele, venha o que vier estaremos ali para encará-lo, seja para o nosso bem ou para o aprendizado através de caminhos e direções que não gostaríamos de passar.

Gostamos do tempo de rir, do tempo de alegria, do tempo de bonança, do tempo de sentir-se amado, do tempo de correr e sentir o vento no rosto, do tempo do gosto da liberdade; gostamos do nosso próprio tempo. Sentimo-nos confortáveis e seguros quando achamos que controlamos o tempo, as suas consequências, o seu destino, o seu vai e vem.

Sentimo-nos extasiados e completamente eufóricos quando percebemos que nada nem ninguém pode tirar o controle da nossa mão, nem mesmo o próprio tempo, que invariavelmente, se mostra duro e impassível com o ser humano. Não nos sentimos nada satisfeitos quando olhamos para nós mesmos e chegamos à conclusão de que o tempo levou tudo que tentamos construir ao longo da caminhada. Tínhamos a ideia de que era possível determinar todos os acontecimentos, e em muitas ocasiões, a dos outros também.

Porém, chega um belo dia que compreendemos que não adiantou nada todo o nosso desgaste e obsessão em tentar trazer tudo sob o nosso domínio, porque simplesmente o tempo passou. Tomemos como exemplo a vida de Jacó. Ele havia sofrido muito com o seu irmão Esaú, o seu sogro Labão, os seus filhos e filhas, com a provável morte de seu amado filho José. Certo dia, quando ele descobriu que José estava vivo e morando bem perto dele, ele então se dirige para o Egito, e ao vê-lo Faraó lhe perguntou:

— Quantos sãos os anos de sua peregrinação?

O velho patriarca olha para o passado, todos os sofrimentos, todas as tristezas, todos os choros que viveu e viu os outros viverem também, e resume a sua resposta para o Faraó:

— Poucos e maus têm sido os dias da peregrinação do seu servo.

Jacó sintetizou tudo que o tempo lhe reservou ao longo da sua vida. Ele havia passado pelo tempo do choro, da tristeza, da decepção. Mas quem não tem tristezas? Quem não passa por decepções? Quem nunca chorou? O próprio Jesus quando chegou a Betânia na casa de Lázaro, Marta e Maria, quando o levaram até o sepulcro, e Ele viu aquela comoção pela morte do seu amigo, a Bíblia diz que “Jesus Chorou” (João 11:35). Se o próprio Jesus chorou, imagina se nós também não vamos passar por momentos e situações como essa?

O rei Salomão foi o homem mais sábio e poderoso do seu tempo, mas mesmo com todo poder e riqueza que possuía, chegou à conclusão de que não importa quem seja o homem, mais cedo ou mais tarde vai chegar o tempo do choro (Eclesiastes 3:4).  Atualmente, choramos pela violência que destrói famílias inteiras e consome milhares de sonhos.

Choramos pela fome e miséria que assolam continentes inteiros, e o homem continua pensando em acumular sempre mais e dominar os mais pobres. Choramos por aqueles que são dominados pelos vícios das drogas que lhes comem a carne e os deixam apenas pele e osso. Choramos pelas mães que perdem os seus filhos de forma trágica e instantânea. Choramos pela pobreza espiritual de um povo que se afasta dia após dia do Senhor. Choramos por aqueles que caminham a passos largos para o inferno. Choramos pelos imigrantes que morrem aos milhares na travessia dos mares e oceanos. Choramos e choramos...

Contudo, como é maravilho saber que existe um Deus nos céus que tem controle sobre todos os acontecimentos, e que, mesmo diante das tragédias mais cruéis, existe também um tempo criado por este Senhor que é bom e infinitamente amoroso: o tempo de rir! Rir às vezes de nós mesmos, da nossa incompetência, da nossa falta de jeito de lidar com os problemas.

Rimos do outro que nos mostra o quanto a vida é curta, e que por isso, não podemos levá-la tão a sério assim. Rimos ao perceber que não adiantou sermos tão rígidos com a vida. Rimos da nossa imaturidade de não sermos mais desprendidos dos valores materiais. Enfim, rimos de nós mesmos.

Portanto, se você está chorando e pensa que nunca mais terá motivos para rir, tenho uma boa notícia para você: tudo tempo passa, inclusive o tempo de chorar. E todo tempo chega, inclusive o tempo de voltar a sorrir.

 

Texto: Marcos A L Pereira

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