Entre a Pressa e o Propósito
O que tem
motivado o seu corre-corre no dia a dia? Qual é o resultado dessa loucura que
se tornou a busca incessante por sempre querer mais? Somos homens ou máquinas?
Em que momento nos tornamos satisfeitos com aquilo que possuímos? Estamos, de
fato, satisfeitos ou sempre nos falta alguma coisa? Todas essas questões são
necessárias para refletirmos um pouco sobre o que tem nos levado a correr neste
estádio chamado vida.
A arena
está diante de nós todos os dias, e, a cada amanhecer, somos impulsionados a
buscar novos desafios. Também somos desafiados por um sistema que exige sempre
mais. Quem já se sentiu confortável com o que tem e, por isso, não anda mais
tão ansioso em conquistar algo novo? A sociedade na qual vivemos não permite
que nos acomodemos com nosso modo de vida: é preciso sempre querer mais, ir
além, descobrir novos horizontes, vencer antigos e novos gigantes, desafiar o
que ainda não foi desafiado, lutar mesmo quando ninguém mais quer lutar, chamar
para a batalha aqueles que acreditam não precisar descer ao campo para
conquistar o que desejam.
Interessante
é que o apóstolo Paulo fala sobre um tipo de corrida e preparação, mas por um
motivo totalmente diferente daquele ao qual estamos acostumados. Ele usa, como
motivação para os cristãos, a comparação com os atletas que correm no estádio: “Não
sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só
leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.” (1 Coríntios 9:24.
A
preparação de qualquer atleta de ponta leva anos. São necessárias inúmeras
atividades e renúncias para quem decide seguir esse caminho. Paulo, então,
utiliza a gana, a disposição, o interesse, o foco, o objetivo e a entrega
desses atletas para estimular a Igreja a buscar o verdadeiro prêmio. Mas o
prêmio idealizado pelo apóstolo não é qualquer prêmio — e muito menos aquele
que tem sido exaltado pelo consumismo voraz.
O que é
importante hoje? Que tipos de prêmios temos buscado alcançar? Paulo abre os
olhos dos crentes de Corinto, mostrando que era preciso correr de forma
contínua e persistente, mas sempre com os olhos no prêmio reservado na glória.
Na verdade,
as pessoas demonstram muita disposição para alcançar vitórias terrenas. Estão
tão envolvidas com o que é passageiro que se esquecem de que há um prêmio muito
mais valioso do que dinheiro, fama ou reconhecimento. Gastamos tempo demais
correndo atrás do que tem valor apenas momentâneo, e nos esquecemos de buscar
aquilo que realmente vale a pena.
Quando
chegarmos ao final da corrida, então se definirá quem receberá a coroa. Aquele
que apenas se alistou como atleta, mas não se comportou como tal, terá apenas
perdido tempo indo aos treinamentos. Por isso, o apóstolo Paulo exorta: que
corramos de tal forma que alcancemos a vitória final.
Sejamos
atletas de ponta. Não desperdicemos nosso tempo e energia com aquilo que não
compensa. Mudemos o nosso foco. Estabeleçamos objetivos claros. Somos atletas correndo em direção aos céus.
Texto:
Marcos A L Pereira
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