Aqui, estou!

 

Imagine alguém esperar durante vinte e cinco anos pelo cumprimento de uma promessa e, mesmo assim, após vê-la realizada, ser chamado a sacrificar justamente aquilo pelo que tanto aguardou. Essa é a história do patriarca Abraão.

Após deixar a casa de seus parentes e dirigir-se a uma terra distante, Deus fez promessas grandiosas a Abraão. No entanto, a rotina do dia a dia, a mudança de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, fizeram o tempo passar quase de forma imperceptível para a família. Ao caírem em si, tanto Sara quanto Abraão perceberam que seus corpos já não sustentavam mais a possibilidade de gerar um filho.

Abraão tinha cem anos e Sara, noventa. O que poderia nascer do ventre de uma anciã? Entretanto, por um milagre do Deus que havia feito a promessa, nasceu o filho tão esperado, chamado Isaque. Agora, o coração e a casa de Abraão e Sara estavam completos. Deus havia coroado a vida do casal e cumprido exatamente o que prometera.

Diante de todo o percurso até ter o jovem nos braços, era natural que os pais se apegassem profundamente a Isaque. Ele era o único filho, fruto da velhice e, além disso, a única prova de que Deus cumpriria o que havia prometido quando os tirou de sua terra.

Mas, quando tudo se encaminhava para a consolidação de Isaque como herdeiro da promessa, Deus chamou Abraão e disse:
“Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas que eu te direi” (Gênesis 22:2). Veja, Deus não estava pedindo que Abraão apenas passeasse com o filho ou que transferisse todos os seus bens para ele. A ordem era clara: tomar o seu único filho e oferecê-lo em sacrifício.

É certo que o coração de Abraão tremeu e sangrou naquele instante. Porém, sem questionar o que seria do futuro da promessa e de sua própria sobrevivência, respondeu: “Aqui estou!”. Em outras palavras, Abraão não compreendia para onde Deus queria conduzi-lo com aquilo tudo, mas fez a sua parte: apresentou-se diante de Deus, mesmo diante do pedido de sacrificar o seu único filho.

A vida e a atitude de Abraão nos ensinam que precisamos nos apresentar diante de Deus quando Ele nos chama e simplesmente crer que, se Ele nos pede para abrir mão de algo que nos custa tanto, é porque tem um plano muito maior para nós. Somente confie e lance-se na certeza do que Deus prometeu. Diga apenas: “Aqui estou!”.


Texto: Marcos A L Pereira

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