O que é o homem mortal?

 

Quando recebemos a notícia de que um ente querido ou um amigo próximo partiu desta vida, somos tomados por uma tristeza profunda — uma dor difícil de expressar em palavras. Nessas horas, compreendemos verdadeiramente o significado da frase tantas vezes ouvida: “Só quem passou por isso sabe o que é”.

Dias atrás, assisti a um documentário sobre o renomado escritor colombiano Gabriel García Márquez, carinhosamente conhecido como “Gabo”. Em determinado momento, uma repórter o questiona: “O que é a morte para o senhor?” A resposta de Gabo vem direta, sem rodeios: “Acho que a morte é uma armadilha, uma traição completa, sem nos dar escolha. E é sem o nosso próprio envolvimento. Simplesmente acontece.”

Essa definição tão crua e honesta nos conduz a uma verdade essencial: a morte é, de fato, uma ocorrência inevitável — que nos alcança sem aviso, sem escolha e, sobretudo, sem consentimento. Refletindo sobre essa realidade, o salmista indaga: “Que é o homem mortal, para que te lembres dele?” (Salmos 8:4). A pergunta revela a nossa fragilidade diante da eternidade e, ao mesmo tempo, reconhece que é Deus quem detém, com soberania, o domínio sobre a vida e a morte.

Na mesma entrevista, a repórter volta a perguntar: “O que fazer, então, enquanto não se morre?” Com um leve sorriso e um gesto de inquietação com as mãos, Gabo responde: “Só nos resta escrever. Escrever muito.” A resposta do escritor é, ao mesmo tempo, simples e profunda. O que resta aos homens mortais é apenas viver, enquanto se pode viver. Pois, devemos lembrar que, em última instância, o dom da vida pertence a Deus.

 

Texto: Marcos A L Pereira

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