Põe-nos em medo, Senhor!
“Põe-nos em medo, Senhor,
para que saibam as nações que são formadas por meros homens.” (Salmos 9:20).
Desde
criança, somos fascinados pelos super-heróis. Gostamos dos homens simples e
fracos que se transformam em verdadeiros guerreiros, capazes de vencer qualquer
batalha e enfrentar qualquer inimigo. Isso nos atrai, porque, no fundo,
alimentamos a esperança de que é possível superar qualquer dificuldade sem
depender de nada nem ninguém. Gostamos da ideia de sermos invencíveis. Nossa
astúcia e inteligência nos levam a concluir que não somos apenas homens, mas
super-homens.
Davi
era um desses guerreiros, acostumado a conquistar nações, subjugar reis e
expandir consideravelmente o domínio do povo de Israel. Era um homem habituado
a grandes batalhas e vitórias espetaculares ao longo de sua carreira militar.
Até hoje, ouvimos falar dos grandes feitos do rei Davi. Em síntese, se vivesse
em nossos dias, certamente ele estaria viralizando na internet e seria
reconhecido como um dos grandes estadistas de nosso tempo.
Mas
o que me intriga é a declaração que este rei reconhecido e temido por todos fez:
“Põe-nos em medo, Senhor...” Como assim, Davi? O que isso significa?
Obviamente, o medo é um sentimento que ninguém gosta de experimentar.
Preferimos a segurança, o conforto, o auxílio, o refrigério, mas o medo... Ao
prosseguir a leitura do versículo, entendemos o objetivo do grande estadista
Davi. Sabe do que Davi estava preocupado? Com sua própria arrogância. Sim, com
a exaltação de sua natureza humana em detrimento da soberania e do
reconhecimento que pertencem somente a Deus.
Quando
pensamos que podemos fazer tudo sem considerar a existência de Deus, somos
confrontados com a realidade de que somos apenas seres humanos. Observe a
história ao longo dos séculos e veja onde estão os grandes homens que se
destacaram nas mais diversas áreas do conhecimento. Olhe para o cenário
político e me diga onde estão os grandes líderes que comandavam as nações e as
tratavam como se fossem suas. Todos os dias somos confrontados com essa
realidade imutável: somos simplesmente homens e não super-heróis.
Não
importa quanta riqueza o homem possua, quantos dígitos estejam em sua conta
bancária, qual seja a extensão de sua fama e reconhecimento, ou o poder que ele
acredita ter sobre os outros, todos um dia chegam à mesma conclusão de Davi:
somos humanos, e ponto final. E nesse contexto, o propósito principal do medo é
nos levar a reconhecer a soberania incontestável de Deus. Ele é o Senhor
absoluto de todas as coisas, inclusive de nossas vidas.
Quantos
andam por aí achando que são melhores do que os outros, discriminando por cor,
religião, posição social, beleza... Mas no final, aceitando ou não, todos
chegam à mesma conclusão: somos humanos e, portanto, pó da terra.
Vivamos
dentro de nossas limitações, confiando na transcendência do Senhor que tudo
pode.
Texto: Marcos A. L. Pereira
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