Por que estás ao longe, Senhor?
Há momentos em que parece que
todos nos abandonaram e que estamos sozinhos no barco da vida. Nos sentimos
estrangeiros no nosso próprio ambiente em que vivemos. O desamparo parece uma
realidade imutável. As névoas negras parecem encobrir todo o céu, e até onde a
nossa vista alcança só se enxerga tempestade, turbulência e morte. São em
momentos como esses que chegamos até mesmo a duvidar da presença e providência
do Senhor. Achamos que chegamos ao fundo do poço e, portanto, não há
escapatória para o turbilhão que vivemos.
No livro de Salmos 10:1
encontramos a seguinte declaração: “Por que estás ao longe, SENHOR? Por que te
escondes nos tempos de angústia?” Nesse versículo, há duas questões que
assombravam o salmista. A primeira questão que o salmista queria entender era por
que o Senhor estava longe. Parece uma contradição proposital deixada como
exemplo para nós, geração do século XXI. Pois a sensação que toma a vida de
milhares de pessoas ao redor do mundo é exatamente esta: sentir-se longe do
Senhor. É como se estivesse jogada no universo, no meio do caos, sobrevivendo à
própria sorte sem ter ninguém que se compadeça. O sentimento que assola o ser
humano atualmente é sentir-se cada dia mais longe do Senhor.
A segunda questão que o salmista
não entendia era por que Deus sumia exatamente nos momentos de maior angústia.
Alguns dias atrás estava assistindo a uma reportagem sobre afogamentos. O
bombeiro explicava que um dos motivos que leva a pessoa a se afogar é o
desespero que toma conta quando se começa a afundar. O conselho do bombeiro era
de que se deve manter a calma e boiar. A questão é: você conseguiria manter a
calma no meio de um rio profundo prestes a se afundar? Falando do lado de fora
da situação, parece ser uma atitude fácil a se tomar, mas somente quem vivência
sabe o que significa estar no meio do perigo. Assim acontece nos momentos de
angústia. O próprio salmista não conseguia enxergar o Senhor no meio dessas
águas turbulentas. Não é fácil para ninguém enxergar o Senhor agindo quando
tudo parece estar indo para o desfecho que não nos agrada.
O grande exercício nessas
circunstâncias é apenas crer que o Senhor não sumiu e nem se escondeu, e que
Ele continua no seu trono de glória, tendo sob o seu controle todos os
acontecimentos do universo. Ele é o maquinista, e como tal, há a garantia de
que nada vai sair dos trilhos.
Autor: Marcos A. L. Pereira
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